Ingredientes: sonhos (quanto mais velhos, como pão dormido, melhor), realidade (a melhor é a bem verdinha, brotando o dia inteiro) e a lembrança da primeira chuva tomada quando foi ao cinema com o primeiro namorado. Separe a realidade em porções iguais e coloque um pouco de sonho dentro de cada uma. Regue com a água que a memória guardou da primeira chuva. Cuidado, não exagere! Se ficar doce demais, coloque algumas gotas do primeiro choro de amor. Cuide bem de seus sonhos: às vezes querem a luz do sol, outras a escuridão da noite, às vezes querem ouvir o silêncio do tempo, outras o barulho de vidas sendo erguidas. É difícil entendê-los, temos que ter calma e amor. Deixe repousar. Em breve seus sonhos serão grandes árvores, estendendo seus braços para o céu. Transplante-as então para o papel, ou então faça um jardim. O mapa do jardim será seu, para entregar a quem merecer.
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Celi Poesias |