2 jul 2008
Ponha um muito de tua alma um outro tanto de teu coração pelos quatro cantos da rosa-dos-ventos de tua nova morada E tua casa te será feliz! Varra pra longe a tristeza não dê assento às dúvidas às inquietações nunca convide a dor para um papo-cabeça não caia na roubada de oferecer um cafezinho - dois dedos de prosa - à solidão não vacile nunca com os medos não os aceite nem na soleira da porta de teu vizinho E quando for dia (mesmo que seja noite) abra bem a porta da frente aos amigos reais - os que te amam de mão-beijada- dê-lhes a melhor espreguiçadeira (e teu sorriso mais lindo) ofereça-lhes um copo d’água fresquinho -agora sim, um café quentinho- e tudo o mais que teu coração mandar E quando for noite (mesmo que seja dia) abra todas as janelas escancare portas grite os gritos mais atemorizantes pra afugentar os falsos arautos das falsas alegrias (as que vem do real ou do virtual tanto faz) que não duram mais que o brevíssimo instante de um falso e doi(í)do prazer E tua casa te fará feliz! Por fim quando mais uma vez o amor bater à tua porta (é fácil reconhecer-lhe o toque) deixe-o entrar Deixe-o entrar assim: (como se toca uma pluma uma flor recém-nascida) De mansinho de mansinho…
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Celi Poesias |