Fantasia-II
Tão intenso era o brilho de aquela estrela,
que me cegou e este corpo cansado não teve
outra alternativa que pousar em lugar desconhecido,
sem nome visível, nem corpo palpável.
Ali tinha moitas e inusitadas formas de vida, tantas
que desconcertado entrei num bazar donde se
ofereciam em corpo e alma bonecas sedutoras para
todos os gostos. Olhei tanto e quanto um curioso
em pais exótico costuma fazer, e reparei numa
que só tinha o teu nome, não tinha rosto nem corpo,
digamos que era invisível e que com ela fiquei.
As outras tão belas e sedutoras não me atraiam.
Foi o teu embrujo quem me seduziu, cree-me.
Oh bela sem rosto! prova disso é que quando
te toquei meu corpo se excitou a tal ponto que
senti teus lábios nos meus a sugar meu alento
e quando meus dentes tocaram com ternura
o pomulo da tua caprichosa orelha, escutei
extasiado o bruar dum mar enfurecido pela
paixão. Foi então quando reparei que tinha
nos meus braços a mulher dos meus sonhos.
Tanto assim,que continuei, por aquele
corpo invisível a lamber e sugar como
se fora um sorvete e vai que topo já
com aqueles mamilos de sabor de limão.
Não quero continuar o meu recorrido
por que após o umbigo venham outras
cousas donde montes e mares se
confundem e eu só estou de viagem
por este maravilhoso mundo dos sonhos.
Agora, depois de tanto prazer vou
descansar. Amanhã quem sabe se não
me confundirei e quiças que não te
atope pois es invisível, mas pelo aroma
que tua alma deixou em mim, inconfundível
por certo, não me escaparás, jà que
para mim te quero e se tu me desejas,
que mais se pode pedir??
CHANKECHAM
De viagem pelo mundo dos sonhos
Santiago de Compostela
3/11/2001
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