O amor verdadeiro não avisa quando vai chegar, não adianta procurarmos,
pois com certeza não será encontrado. Nós temos que esperar ele vir até nós, assim como eu fiz.
Eu trabalhava numa cozinha industrial, dentro de uma empresa. Lá tinha a hora do cafezinho, e minha função era servir os funcionários de setor em setor e quando eu chegava num determinado setor eu percebia que um rapaz me olhava diferente. Então um dia perguntei ao meu irmão (que trabalha na empresa) se eu estava certa das olhadas que estava recebendo, e ele logo me respondeu que sim, que o amigo dele estava afim de mim.
No inicio não queria nada, pois ainda estava um pouco triste por causa de um ex -namorado que não deu certo, e de tanto ele insistir começamos a sair, mas somente para conversar, e aos poucos fui me envolvendo com ele.
Meu irmão vendo que eu já estava gostando dele, me disse se eu havia percebido que o(----) não tira as luvas pra tomar café. E isso realmente era verdade. Perguntei ao meu irmão se ele sabia o motivo, e ele respondeu que não sabia e que na hora que eu fosse passar o café, pedisse a ele para retirar a luva.
No dia seguinte eu fui passar o café como todos os dias, e quando cheguei no setor dele e fui servi-lo, disse a ele para tirar as luvas pra ficar mais à vontade, e nem acreditei quando eu vi, a enorme aliança na mão esquerda. Sim ele era casado!
Naquele momento o mundo desabou dentro de mim, e mais uma vez eu me enganei, me deixei levar pelas palavras bonitas ditas por ele, achei que era o homem certo desta vez, pensei em tudo que ele tinha me dito até aquele momento, nos beijos e abraços que trocamos, no nosso lugarzinho da praça, de como ele ficava bravo com os outros rapazes que me paquerava, e também senti muita raiva de mim mesma, e nesse momento meu irmão me disse, que eu não tinha que ir, e então disse, sim tenho.
Ergui minha cabeça e sai sem dizer uma única palavra a ele, passei em todos os setores sem demonstrar o meu sofrimento as pessoas, mas foi um pouco inútil, pois alguns notaram com clareza o meu sofrimento.
Passei o dia todo, calada, até que chegou a hora de eu sair, corri para vestiário, me arrumei rápida pra não dar tempo do (----) ir embora comigo, pois a gente pegava o mesmo ônibus, mas quando sai lá fora ele já estava me esperando, mas fingi que não o vi, mas ele veio atrás de mim dizendo que não era o que eu estava pensando, que ele podia me explicar.
Dizia a ele que não queria explicação alguma, que ele podia me esquecer, que eu não tinha nascido pra ser a outra e muito menos pra destruir um lar, que se ele tinha vergonha na cara, pra não me procurar mais.
Passado, algum tempo ele veio me procurar e me disse que tinha se separado e queria ficar comigo, pedi que me desse uns dias pra pensar que depois dava a resposta, e como ainda gostava dele não demorei muito pra responder que aceitava namorar novamente com ele, mas com uma condição que ele tinha que ir em casa e conhecer minha mãe, que queria namorar em casa, ele aceitou, então começamos do inicio e nada de falar do passado.
Eu estava tão feliz que mal podia ver a verdade na minha frente, até um dia ele me pedir pra descer do ônibus às pressas e sem saber o porque e sem fazer perguntas fui com ele, mas percebi que ficou nervoso com algo, então perguntei o que tinha acontecido, que não tinha entendido nada, ele me respondeu, que o irmão dele tinha subido para o ônibus, que ele não podia nos ver junto. Então logo percebi que fui enganada pela segunda vez.
Então brigamos muito, não quis mais papo com ele e sai andando, sem me demorar na rua fui direto pra casa. Chegando lá eu só pensei em chorar muito, pois como não estava estudando e não tinha nada pra fazer, a noite era só pra chorar e o dia era só pra trabalhar e fugir do (----).
Quando estava chegando no meio do ano minha mãe me aconselhou a voltar estudar, que eu tinha que pensar mais em mim e parar de procurar o que só Deus sabia onde estava.
Pois foi isso mesmo o que fiz, voltei a estudar e daí não tinha tempo pra pensar em nada.
Com um mês e meio de aula, entrou uma moça na sala. Ela entrou olhou pro fundo e depois na minha direção, então sorri pra ela, e com esse sorriso positivo começou uma amizade verdadeira entre nós duas e com o tempo eu falei o que estava me acontecendo, e ela demonstrou ser uma grande amiga pois não me deixa só um único momento, e ate um disque amizade ela me convenceu a ligar, e na época era 145 e com o segundo dia que liguei eu comecei a falar com um tal de Roberto e der-repente ele saiu da sala de bate papo, e entrou um homem chamado EDUARDO, e já veio conversando comigo. Então perguntei quem era ele, e que ele não era o Roberto que estava falando comigo. Ele me disse que não, e que seu nome era Eduardo, e o que eu achava de conversarmos mesmo assim. Disse a ele que tudo bem, e então começamos a trocar informações um do outro e trocamos números de telefone também.
Ficamos nos falando por telefone quase três meses até que ele resolveu marcar um encontro, concordei e marcamos no shopping Metrópole em SBC, depois que eu saísse do trabalho, foi no dia 03/10/98 as 16:00 hr, mas nesse dia eu saí bem tarde do trabalho e fui pra casa achando que não era pra ser, que tudo dava errado pra mim, mas quando cheguei em casa o telefone estava tocando, corri e atendi e era ele me dizendo que ainda estava lá no local que marcamos, e que estava me esperando, mas disse que não dava pra ir pois já estava tarde e até eu chegar lá ia ser mais tarde ainda.
Mas ele não desistiu, marcou no estacionamento do Carrefour no ABC, e disse que estava indo para lá, e que era pra eu ir também. Arrumei-me bem bonita e fui ao seu encontro, mesmo sabendo que era só pra dar um oi e voltar pra casa, e quando cheguei, eu vi um rapaz japonês muito bonito no portão e como já sabia que ele era japonês logo vi que era ele a me esperar.
Fui em sua direção e me apresentei a ele, e ele fez o mesmo e depois me disse para irmos para o carro, pois ia me levar para casa como tinha prometido. Fomos, conversamos um pouquinho no carro e depois ele me perguntou se podia me pedir uma coisa. Eu respondi que sim com firmeza.
Dá-me um beijo, só um sem segundas intenções, ele me disse. Então como eu também queria o beijo dei o beijo. Esse beijo foi o momento que eu mais esperei na minha vida, foi o beijo mágico, beijo me transmitiu uma paz no meu interior que eu nunca senti dentro de mim, um sentimento de amor, amor àquele que nasceu naquele momento dentro de mim, amor que pude ver que aquele sim era o amor verdadeiro.
Então paramos de nos beijar e ele me levou pra casa e chegando em casa, nos demos tchau e ele me disse que me ligaria.
Dei um sorriso e disse ta bom eu te espero a me ligar. Fechei a porta do carro, entrei, e ele foi embora. Algum tempo depois o telefone tocou e logo pensei nele, mas me enganei não era ele, era o (------) e disse o que você quer, ele me perguntou onde você estava que estou te ligando e não atende, sem rodeio lhe disse não devia explicação á ele, e desliguei o telefone.
No dia seguinte no trabalho ele veio me pedir pra não sair com ninguém, que ia dar um jeito na situação, mas nem dei ouvido, fiz o meu serviço que era servir os funcionários e ele atrás de mim falando e ele até deixou o setor dele pra me acompanhar na empresa toda, mas não troquei uma única palavra com ele, pois estava muito realizada com o beijo mágico, apesar de ficar um pouco balançada, mas não me deixei levar, pois sabia que ali não estava o meu coração.
Quando deu meu horário de sair o Edu estava a minha espera, no portão da firma e quando entrei no carro dele dei oi e já fui falando do que aconteceu no horário de trabalho e ele me disse se você quiser voltar para ele, você volta não quero ver você triste do meu lado.
Claro que não, quero ficar aqui respondi a ele, então falamos muitas coisas durante o caminho de casa, quando chegamos na minha casa ele me disse que queria marcar pra nós sair no dia sete. Aceitei e perguntei a ele a que horas ele me pegaria em casa. Ele me olhou com um olhar bem profundo e me disseque ligaria marcando a hora. Bom ele ligou mesmo e marcamos lá pelas 21:00 horas. Fomos em um barzinho, pois era aniversario de uma das amigas dele do 145. Chegando lá ele começou a abraçar as amigas, mas numa intimidade que parecia que já conhecia elas há anos e não era por ai não, pois ele tinha conhecido naquele momento apenas uns ou outros que ele conhecia. Ah, mas eu também não deixei por menos, pois tinha um lá que eu conhecia. O Carlos, como ele gostava de mim então dei corda para o Carlos, assim o Edu pode ver que eu também sou muito atenciosa com os amigos, mas ele não gostou e logo já colou na minha, eu fiquei bem chateada com ele, com a atitude dele com elas, um tempo depois ele resolveu ir embora e nos fomos no caminho ele parou numa pracinha que tem no ABC a pracinha em frente o HABIBS e lá ele me pediu em namoro eu claro aceitei. Esse dia foi 07/10/98.
Ao passar um tempo de namoro, um dia ele acabou dormindo em casa, pois eu estava só nesse dia. Meu irmão morava nos fundo com a esposa, e minha mãe estava no trabalho, pois ela fazia 12 por 36 no hospital. Então era só eu e ele em casa, e nos amamos muito nessa noite e depois pegamos no sono, pois eu tinha que levantar bem cedo para trabalhar, mas quando era umas 5:00 da manha o telefone tocou era o (----) dizendo que estava vindo pra minha casa e que estava de malas prontas, pois tinha se separado da sua mulher pra ficar comigo. Não sabia o que dizer, pois ele no telefone foi me dizendo juras de amor e o Eduardo na minha frente me olhando, e já tinha percebido que era ele. Então naquele momento mesmo tive que contar para o (----) que não estava sozinha em casa que estava com o Eduardo. Ele ficou muito bravo, e disse que me amava, que largou tudo por mim, até mesmo as filhas dele, uma de dois aninhos e uma de quatro, que eu não o esperei. Disse a ele que não era bem assim, que eu não podia esperar um homem desfazer de sua família, e seu lar pra ficar comigo, mas ele  disse tanta coisa que quando me vi já estava dizendo coisas para o Eduardo, e ele nada dizia a não ser suas lagrimas caindo pelo seu rosto, e eu ali dizendo que tudo foi um erro que não podia deixar o (----) pois o amava e era com ele que ia ficar, que era pra ele ir embora e me esquecer. Até que ele se levantou chorando e me disse deixa-me falar com ele depois eu vou embora, então deixe pensei que ele ia brigar ou algo assim, mas não ele só disse para o (----), faça ela feliz pois ela merece, ela é muito diferente das outras ai fora e depois ele me passou o telefone. O (----) só me disse que não ia mais em casa e que era para eu chegar cedo na empresa para conversarmos. Deu tchau e desligou.
Então o Eduardo me pediu um abraço de adeus e eu não podia negar isso á ele. Então ele me abraçou e foi se vestir, enquanto ele se vestia eu vi tudo o que passamos juntos, o que senti por ele desde o primeiro dia até aquele momento e quando ele já estava saindo pela porta da cozinha, pela primeira vez em toda a minha vida eu ouvi uma voz bem longe, forte, mas ao mesmo tempo doce me dizer, não deixe seu amor ir embora esse é seu homem, em pensar da onde veio essa voz eu o chamei em voz alta e corri até ele, ele se virou e me joguei em seus braços dizendo que o amava que não podia deixá-lo ir, que queria ficar do lado dele pra sempre.
Enfim hoje faz oito anos e seis meses que estamos juntos, de casados temos cinco anos, temos um lindo filho desse fruto de amor o Victor Matheus de cinco anos e somos muito felizes e abençoados por nosso Deus.
Só pra finalizar o meu amor nunca diminuiu pelo o meu Eduardo, e a cada dia que passa eu o amo mais e mais.

   Dedico essa nossa história a meu amado esposo dos dias dos namorados.

                                        DE: Sua esposa que muito lhe ama Patrícia E. Nakamatu    Para: Meu amado esposo Eduardo Nakamatu

                               Fim ( ou será sô o começo...   

                                                                                    

Patrícia Erescov Nakamatu
Suzano, 07 de junho de 2007.

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Celi Poesias