Janeiro de 2009. Tudo que sempre sonhamos nessa
vida são esquecidos com o tempo, ou o próprio
mundo nos faz desistir. Minha vida inteira
procurei por alguém para me entregar e entender
que este sentimento na humanidade ainda não havia
se exaurido. Tudo o que sou hoje, devo a uma única
e exclusiva pessoa. Ela surgiu de uma série de
acontecimentos. No dia 04 de Janeiro ocorrera uma
festa em uma cidade do interior do Rio de Janeiro,
onde haveria um encontro de bandas de axé. Todos
sabem que nesses lugares o que se menos procura é
namorar. E eu não era diferente. Estava em um
momento em que beber passou a se a única solução
na minha vida. Bebia na faculdade, em casa, na
rua, em todos os lugares possíveis. Até hoje, não
sei a razão disso. Parecia que eu queria esquecer
alguma coisa, ou pelo menos não pensar. Talvez por
causa da pressão dos meus pais em me tornar
“Empresário” a vida inteira, fizesse com que eu
esquecesse que a vida nem sempre é do jeito que
queremos. Um amigo, que estava namorando a mais de
um ano apareceu do nada e disse: “vamos?”, aí eu
disse: “ta de brincadeira não é – um dia de
solteiro? – perguntei a ele. Ele respondeu: “Só
depende de você!”. Subi na moto dele e fomos até
sua casa pra trocar de roupa e avisar à sua
namorada. Voltamos e entramos na festa. Começamos
à beber e nem vimos os shows nem muito menos as
horas passarem. Estava bom! Muitos amigos
reunidos. Só percebemos que tinha acabado quando o
som parou. Decidimos sair. Ele iria ficar com uma
garota e me chamou, pois ela estava com uma amiga.
Bom, pensei: “Fazer o quê? Está na chuva é pra se
molhar, vamos!”. Elas foram na frente e decidimos
deixar a moto dele na minha casa e irmos no meu
carro. Então ele foi de moto e um amigo meu voltou
comigo no carro pra deixá-lo em casa. Ele começou
a criticar o estado e jeito em que eu me
encontrava. Comecei então a chorar. Ele disse que
eu estava bebendo demais e fazendo besteiras,
tentando quebrar boates e brigar na rua –
sinceramente eu não sei por que eu fazia essa
coisas. Ele foi me dando conselhos que eu nunca
havia reparado que eu estava assim. Estava
desesperado. Se, neste momento, choro ao escrever
isso, é por que hoje eu me encontro em uma
situação não tão diferente.
Bom, deixei-o em casa e fomos de carro pra
encontrar as meninas. Chegamos no local do
encontro – que era em uma praia, e parei o carro
do lado do delas. Desci do carro para formarmos
casais. A garota que iria ficar comigo disse:
“pode ficar aí, eu vou para aí!”. Por mim, tudo
bem. Realmente eu estava muito abalado com aquilo
tudo que havia ouvido, mas eu estava muito bêbado
pra perceber isso. Fui extremamente grosso na
primeira frase que disse a ela. Não sei por que
ela ficou comigo. Provavelmente eu era apenas mais
um. Enfim, nos beijamos e começamos à conversar.
Eu estava tão deprimido que me abrir pra uma
pessoa que nem conhecia direito. De certa forma
ela se identificou com isso. Fomos conversando e
reparando que éramos extremamente parecidos. De
repente comecei a vê-la com outros olhos. E
ficamos conversando sobre as besteiras que
fazíamos e percebemos que estávamos os dois
perdidos e sem idéia para onde ir. A mãe dela
telefonou e tivemos que ir embora. Óbvio que eu
peguei o número do telefone dela pra poder
conhecê-la melhor. Ela então disse pra eu ligar no
dia seguinte. Normalmente, quando eu pegava o
número de telefone de outras garotas eu não ligava
e quando ligava era após uma semana, se eu não
tivesse nada pra fazer. Não sei por que, mas
decidi ligar. Conversamos e marcamos de nos
encontrar à noite. Fui ao seu encontro e começamos
a conversar. Reparamos que éramos diferentes de
qualquer pessoa que conhecíamos. Percebemos também
que os dois se encontravam e situações inusitadas,
pois nem eu ligava no dia seguinte e nem ela sai
com a mesma pessoa. Resolvemos juntos tentar, sem
mesmo nos comunicar disso. Falei de uma série de
coisas que me emocionaram e ela também. Chorei e
ri ao mesmo tempo. Nunca havia feito àquilo. Ela
me abraçou e se tornou uma companhia
agradabilíssima naquele momento. Ficamos
conversando durante horas. Resolvi me entregar
totalmente, desabafar com uma pessoa desconhecida
e ouvir os seus conselhos – seria e foi uma
experiência maravilhosa. Conversamos durante
horas. No dia seguinte marcamos novamente e
resolvi ligar de novo. Estava ficando
completamente envolvido com ela. Tornara-se uma
dependência enorme. Esperava, ansiosamente, o dia
acabar pra que pudéssemos nos ver. Neste terceiro
dia, ela mexeu muito comigo, diante de tudo que me
dissera. Fiquei encantado mais ainda e o
interessante é que foi completamente recíproco. No
quarto dia de encontro parecíamos que não
conseguíamos nos tirar do pensamento. Após uma
longa conversa, comecei a falar que estavam me
perguntando se estávamos namorando e eu não sabia
o que dizer. De repente veio no meu pensamento a
enorme necessidade de ficar com ela o resto da
minha vida. Então a pedi em namoro -
inexplicavelmente a lua ficara cheia e descoberta
durante oito dias. No dia em que ela teve que
retornar para sua casa na capital, a lua não
apareceu – pode ser fenômeno natural, mas nos
temos certeza que Deus registrou àquele momento.
Ela aceitou! De certa forma, foi um momento mágico
que eu não consigo expressar. Ela me disse uma vez
que não sabia se eu tinha aparecido na melhor hora
eu na pior, pois ela está para viajar para
Portugal e ficar durante um ano. Ela irá partir em
Julho. Eu tenho muito medo de perdê-la. Ou seja,
eu tenho menos de seis meses para tentar
convencê-la a ficar. Tudo o que sinto hoje por ela
se resume em muito carinho e felicidade. Vivemos
isso tudo com intensidade e nos amamos na mesma
proporção. No carnaval iríamos passar separados,
pois ela já havia planejado no ano anterior uma
viagem, e seu pai já havia pagado. Só nós sabemos
o quanto sofremos por isso, pois ela não poderia
desistir, muito menos eu ir. A questão em si, não
era por ciúme, mas por saudade. Não seria a mesma
coisa se estivéssemos separados. Na verdade, nem
nos divertiríamos. Mas, como eu sempre falo: “Se
tem um relacionamento que Deus abençoa, é o
nosso”. Então, vamos viajar juntos e ficar,
durante oito dias, juntos. Estamos extremamente
felizes por isso. Eu não sei como surgi o amor,
não sei se é questão de tempo ou de
características. No momento, me relaciono por
exclusão. 1 – Gostar: já passou longe disso; 2 -
Paixão: é um sentimento maluco que deixam as
pessoas seguem e é sustendo por forças negativas.
Portanto, por exclusão eu digo que estamos nos
amando, mesmo em tão pouco tempo. Parto da
premissa de um exemplo de uma mãe e seu filho. A
mãe é capaz de amar o seu filho e dar a vida por
ele, via de regra, logo após o seu nascimento –
uma questão de dez segundos ou ela terá que amá-lo
após dez, vinte anos? Então por que o amor não
pode surgir com duas pessoas que se completam de
forma que chega a nos assustar?
Ela se tornou, pra mim, a pessoa que eu quero
todas as horas. Tudo o que eu poderia querer em
uma garota ela me proporciona. Como havia dito,
tenho apenas seis meses pra convencê-la a desistir
desta viajem e ficar comigo. Gostaria que Deus me
ajudasse como me ajudou iluminando a mente dela a
aceitar meu pedido de namoro. Rezo todos os dias
pra que possamos ficar juntos por toda a vida. Sou
o primeiro namorado dela e espero não
decepcioná-la. Estamos juntos hoje e superamos
todas as dificuldades até agora. Á distância e a
saudade trabalham juntas pra nos ver sofrer, mas
nós dois e Deus, formamos um excelente trio que
faz essa dor ser suportável a cada dia. Espero que
Deus me ajude a convencê-la, pois dessa vez eu não
posso fazer mais nada – apenas chorar e ver a
garota dos meus sonhos partindo e deixando pra
trás tudo o que hoje vivemos com intensidade.
Quero viver este momento como se fosse o último de
nossas vidas. Quero que ela seja feliz com a sua
escolha e que me perdoe por não poder fazer mais
nada pra ficarmos juntos – tudo o que eu podia
fazer eu já fiz. Essa é minha única história de
amor. E, do fundo do meu coração, espero que tenha
um final feliz.
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