PENSAMENTOS

                                      “MINHA PRIMEIRA NAMORADA”

               Estive pensando agora a pouco na época em que morávamos lá em minas, pra ser mais preciso em congonhas, pequena cidade no interior próxima a capital Belo Horizonte. Minha cidade era tranqüila e normal como toda cidade pequena. Vou contar para vocês uma parte de minha vida que marcou muito em congonhas. Minha adolescência. Foi quando conheci minha primeira namorada. Andréia. Ainda me lembro dessa história como se fosse hoje. Eu devia ter uns dezesseis pra dezessete anos se me lembro bem.É um momento que vale e muito a pena recordar.
Era dia de carnaval e como sempre, combinava com meus amigos de passar lá em casa para descermos juntos para o centro, onde acontecia o carnaval de congonhas. Por volta das 20 horas chegaram meus amigos me gritando: Ed, Ed, vamos que lá no centro já está lotado e já vai começar a bagunça.
Nesse momento pressentia que algo estava para acontecer, pois até então eu nunca havia me preocupado muito com roupas e calçados novos. Mas nesse dia sim, me senti tão, tão desajeitado, até percebi que minhas roupas estavam velhas e meu tênis acabado; cheguei a ficar com vergonha.               
Então cheguei até o portão e disse aos meus amigos que podiam ir andando que eu ainda não estava pronto. Então eles foram e eu entrei pra casa quase que a chorar. Pois eu gostava tanto de carnaval, mas sentia vergonha de minhas roupas naquele momento e o único irmão que eu tinha que poderia me emprestar alguma roupa havia ido trabalhar em vitória no E S onde moro atualmente, mas tudo bem.
Minha mãe como toda boa mãe me disse. Ed, você não vai descer? Os meninos todos já foram e já deve estar a maior festança lá em baixo.
Então eu disse a minha mãe; há mãe, acho que não vou sair hoje não, pois minhas roupas e meu tênis estão muito velhos e vai ter tanta gente bonita lá em baixo que chego a ficar com vergonha, eu não vou não.
Naquele instante percebi que minha mãe ficou meio que cabisbaixa e pensativa, mas logo se alegrou um pouco e me disse. Não entendo, porque você gostaria de ter roupas e calçados novos para ir ao carnaval, se no carnaval tudo é festa, tudo é fantasia, tem homens vestindo-se de mulher e mulheres vestindo-se de homem e tudo é apenas diversão não é mesmo? Então calce logo esse tênis e coloca rápido sua bermuda e vai logo se divertir seu moleque e veja se não arranje confusão. Então pensei, sabe que minha mãe tem toda razão, até na televisão o pessoal vai tudo de qualquer jeito se divertir no carnaval e não vou ser eu que vou deixar de me divertir. Arrumei-me rapidinho e desci pra avenida. Ainda me sentia bastante envergonhado, mas satisfeito. Tentei encontrar meus amigos, mas havia tanta gente, a avenida estava lotada; então decidi ficar próximo ao palanque do som onde tocavam lindas musicas de carnaval, e como ninguém conseguia ficar parado, comecei também a me mexer meio que desajeitado e cheio de vergonha, pois sou bastante tímido. Tentava ao máximo me divertir; pois sempre gostei de carnaval.
Por volta das uma hora da madrugada logo que terminou a passagem dos blocos a multidão se juntou de novo no meio da avenida e lá estava eu de um lado da avenida me mexendo e me divertindo como todo mundo.
 Quando de repente meio que num passe de mágica, levantei meus olhos para o outro lado da avenida e lá estava uma morena linda como uma princesa; olhando-me tanto que cheguei a olhar para os lados pra ver se era mesmo para mim que ela olhava tanto, então ela sorriu, nossa, e que sorriso, ela era uma morena tão linda que não acreditei que aquilo estava acontecendo comigo, eu abaixava a cabeça pra disfarçar, mas, quando olhava de novo ela continuava olhando e sorrindo discretamente; parecia um sonho a situação em que me via.
Acho que qualquer um no meu lugar se aproximaria daquela morena, para no mínimo perguntar seu nome; mas eu de tão tímido, chegava a ser bobo, fiquei lá sem saber o que fazer e sem acreditar naquele momento mágico que se passava.  Então como o tempo foi passando e eu nada de me aproximar. Daí ela saiu no meio da multidão brincando de trenzinho com suas amigas.
A madrugada foi passando eu encontrei alguns de meus amigos e me divertia bastante. Durante toda a madrugada passei por essa morena algumas vezes e ela sempre de olho em mim e lógico eu também de olho nela.
Já quase ao amanhecer, meus amigos e eu fomos descansar um pouco próximo ao palanque do som; aí encontrei de novo a linda morena, dessa vez bem de pertinho, pois na esquina onde estava o palanque do som, estava tão lotado que só dava para passar se espremendo um ao outro. Deu pra ver melhor o quanto ela era bela; ao passar por ela com todo aquele empurra disse rapidamente em seu ouvido.                    
“Quero muito conhecer você”.Como que agente faz? Nesse instante ela parou á uns três passos diante de mim com os olhos tão fixados nos meus que parecia que tinha tudo haver entre agente; então ela meio que sem saber o que dizer com um simples levantar e abaixar de ombros e um sorrisinho tímido nos lábios como quem quer dizer, á sei lá, no momento ficamos hipnotizados por alguns instantes sem saber a que fazer.
Daí suas amigas á saíram puxando para o meio da multidão e lá se foi a minha chance.
Então já com o raiar de um novo dia fui para casa dormir um pouco e ver se sonhava com aquela bela morena. Então vários meses se passaram, comecei em um novo trabalho, comecei a freqüentar o clube nos finais de semana; daí lá pelo final do mês de julho ou começo de agosto não me lembro muito bem, eu encontrei a morena novamente. Vejam só que interessante.
 Foi no clube, na hora da musica lenta. Pra ser sincero, acho que esse foi um dos melhores momentos de minha vida; há, foi assim. Na época, no clube tocavam uns flashbacks até certa hora e depois tocavam musicas lentas pra dançar a dois. Nesse dia eu estava com meu amigo ratinho, ele costumava não passar um final de semana sem dar uns beijos em uma garota, era o maior safado.
Então ele me disse: vai começar a musica lenta agora, vamos ver se agente arranja uma garota pra gente beijar um pouco? Eu muito acanhado, mas querendo parecer tão safado quanto meu amigo, disse; vamos nessa. Então ao passar pelo meio do salão adivinhem só quem estava lá no Cantinho, encostada-se a grade próxima do som; ou melhor, próxima às caixas do som.
Ao Vê-la, não acreditei que era ela; pois tinha um tempão que eu não á via e ela parecia que estava ainda mais bela, mais linda, e realmente estava. Quando ela me viu senti um tom de alegria, e satisfação em seu rosto a me ver, e isso fez meu coração disparar e pensei; essa é minha grande chance de conhecê-la e eu não posso deixar essa chance escapar de novo, mas como que eu vou tirá-la pra dançar, estou cheio de vergonha.
Eu pressentia que ela estava me esperando; pois vários rapazes a tiravam para dançar, mas ela não dançava com ninguém, só ficava me olhando, parecia que ela não estava a fim de dançar. Passei por ela umas duas ou três vezes com meu amigo e até ele á tirou para dançar, mas ela não quis.
 Então parei no meio do salão por um instante e fiquei olhando aflito e agoniado para ver se ela iria dançar com alguém, olhei por um bom tempo e vários e vários rapazes á tiravam para dançar e ela nada de dançar; então decidi.
Vou passar por ela mais uma vez e se ela olhar para mim, vou tirá-la para dançar e seja o que deus quiser, mas se ela não quiser dançar comigo também vou descer e vou-me embora.
Daí; dei mais uma volta no salão e ao me aproximar daquela morena tão desejada, já quase que sem ar de tanta tensão, parei diante dela e olhando profundamente em seus olhos estendi minha mão direita a ela e disse quase que sem querer que as palavras saíssem de minha boca; falei “quer dançar?”
Então ela com os olhos fixados nos meus e sem dizer uma só palavra, suavemente repousou sua mão sobre a minha com uma delicadeza e uma suavidade que parecia uma princesa.
Naquele momento eu não sabia o que tremia mais em mim; se eram minhas pernas ou minhas mãos; eu chegava a suar frio.
 Então á conduzi para o meio do salão. Nos abraçamos tão gostoso e parecia que fomos feitos um para o outro. Esse momento meus amigos; posso dizer com a mais pura sinceridade, foi um momento verdadeiramente mágico, esplêndido e maravilhoso.
 Ficamos apenas abraçados no meio do salão por alguns instantes como duas pessoas que já se conhecessem há muito tempo e não se viam á tempos.
Depois dançamos várias músicas em um silencio total. Apenas sentíamos nossa respiração ofegante e tensa. Aquele momento parecia não ser esplendido apenas para mim, parecia que ela também queria e muito ter me encontrado de novo e estar ali, vivendo aquele momento lindo.
Depois ela me perguntou meu nome e me disse o seu. Andréia era o nome daquela bela morena, um nome que a partir daquele instante estaria marcado para sempre em minha vida, pois como todo mundo diz; ninguém esquece a primeira namorada ou namorado.
Dançamos mais uma musica e ela me disse que estava cansada, mas não queria que aquele momento terminasse nunca, mas precisava descansar um pouco.
E percebendo minha timidez me chamou para conversarmos um pouco no segundo pavimento do clube, e lá fomos.
Nos beijamos intensamente e nos curtimos até o final da musica lenta, e como era de costume na época os rapazes acompanharem as garotas até suas casas depois do baile, eu perguntei se poderia levá-la em casa, ela disse que sim, mas queria dançar um pouco mais de balanço com suas amigas; combinamos de nos encontrar na saída e assim foi e começamos a namorar.
É uma pena que tenha durado tão pouco; aí que entra aquele velho ditado. Tudo que é bom dura pouco. Se alguém quiser saber um pouco mais dessa história verídica e muito interessante e que em breve estará completa em minha biografia; podem entrar em contato comigo por e-mail:

[email protected] 

                                                                
                                       História de amor enviado por: Edmar da Costa Oliveira
                                                                                   

                                                                                      





                                                                                 
voltar


                                                                                   
                                                                      
Celi Poesias