Quero contar da minha história de amor...
Tudo aconteceu em
fevereiro de 2005, quando estava indo para o 2º ano do ensino médio
e tive que trocar de escola, e na segunda semana depois do início
das aula (quando havia feito a matrícula), fui para a escola e
entrando na sala me surpreendi quando vi ele ao meu lado, Higor; um
garoto por quem até aquele momento nutria sentimento de raiva, pois
já havíamos estudado juntos na infância e ele me atormentava o tempo
todo. Mas como eu poderia imaginar que depois de tantos anos sem
vê-lo, o reencontraria assim de repente, é realmente nada nessa vida
é por acaso, naquele momento foi o que pensei e aquela surpresa não
saia do meu pensamento, eu olhei pra ele e comecei a falar que não
acreditava que ele estava na mesma sala que eu... ele fingiu não me
reconhecer, mas eu notava que ele lembrava muito bem de mim, aliás
eu era o chaveirinho que ele adorava tirar saro e atormentar... bem,
não dei muito papo porque eu ainda tinha muito rancor de como ele me
tratava antigamente, guardei pra mim, mesmo ele estando tão
diferente, mudado, alto, cabeludo, roqueiro ainda rs... eu o
reconheci afinal, a mudança não foi tão fatal a ponto de não
reconhecê-lo... eu só sei que eu senti um aperto tão forte naquele
dia, que não sei como pude guardar aquele sentimento todo dentro de
mim. Até que ele começou a me olhar de uma forma muito diferente, eu
percebia que ele ficava me olhando, mas fingia não ver nada para não
abrir “brecha” , mas era o que eu mais queria. Tinha vezes que não
resistia e olhava-o também, tantas trocas de olhares e ainda não
tinha coragem de confessar meu sentimento por ele, minha
insegurança, meu medo de que não valesse a pena eram maiores que o
amor que estava sentindo por ele... numa conversa com um colega de
classe, eu ouvi ele comentando sobre a namorada dele... nossa aquilo
foi o estopim para não me deixar levar pelos olhares dele, minhas
expectativas foram abaixo. Teve um dia em que ele começou a falar
pra toda sala ouvir que me amava e tal... eu resistia, fingindo que
não o ouvia, pois não sabia qual era a dele, se estava sendo
sincero, franco ou apenas brincando com meus sentimentos. Foi
difícil distinguir tudo, até que um dia em que voltávamos do
intervalo, subia as escadas da escola sozinha, até que ele veio até
a mim e disse que queria ficar comigo, que gostava de mim... não
sabia o que dizer, ouvir meu coração ou a razão que era tão
distinta, apenas fui seca e entrei na sala sem dizer uma só palavra,
mas no fundo do meu coração a felicidade tomava conta, mas não
deixava ninguém perceber o que sentia... ele entrou logo depois, no
seu olhar notei que ele ficara triste, não sabia o que fazia, minha
insegurança que me impedia de demonstrar meus sentimentos e meu
coração feliz por ouvir aquelas palavras dele. Nossa fui
extremamente seca e criei uma barreira que suportou as investidas
dele, ainda me mantinha seca com ele pois sabia que ele tinha
namorada e a última coisa que eu gostaria era de ser a “outra” o que
realmente eu não tinha um pingo de vocação para isso...
Depois de
algum tempo, ele parou de ir à escola, todos da sala estranhamos o
sumiço dele e até que o professor comentou que ele havia parado os
estudos, me senti tão chateada e frustrada só de pensar que não tive
nem a oportunidade de abrir mão do meu orgulho e confessar o que
realmente senti esse tempo todo por ele... e até hoje eu guardo
comigo esse sentimento, posso dizer que o amei como nunca amei
ninguém e só Deus sabe se amarei alguém da mesma forma que amei o
Higor, mas minha grande decepção foi descobrir o Orkut dele e vi que
ele é gay. Minhas expectativas de um dia reencontrá-lo e viver esse
amor, foram apagadas por essa descoberta. Hoje eu sei que é um
sentimento por ele esquecido, talvez... mas no meu coração ainda
resta tudo o que aconteceu, todas as palavras, os olhares intensos,
enfim pra mim nada poderá apagar o que eu senti por ele... E espero
que ele seja realmente feliz com alguém que o ame, assim como eu
(ainda) o amo!!! *Porque os amores de verdade nunca morrem, apenas
adormecem nos braços da saudade... *
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